O Reino Unido ainda não saiu e já quer ficar
O Reino Unido quer negociar um amplo acordo comercial com os " nossos parceiros europeus " . Claro, são 400 milhões de consumidores com elevado poder de compra que o Reno Unido só encontra bem longe do outro lado do Atlântico. E isso não ajuda nada , faça o país as ameaças que fizer . Vai negociar com todo o mundo, pois vá, é o que lhe resta . Mas isso custa dinheiro e competitividade e terá a concorrência de gigantes económicos bem mais próximos.
O Reino Unido como forte país que é vai jogar os seus trunfos . O seu mercado de 50 milhões de consumidores, os três milhões de imigrantes que vivem no país e uma fiscalidade de baixos impostos para as empresas, com a intenção de repor a competitividade e chamar investimento europeu.
Nada disto pode ser ignorado pela União Europeia como também não poderá ignorar que uma saída fácil para o Brêxit levará a que outros países também queiram o lombo . No mínimo uma relação priveligiada mas não completa como já existe com a Noruega e a Suiça .
O ministro do 'Brexit', David Davis, já alertou na terça-feira os seus colegas no Governo para que devem estar preparados para "o cenário improvável" de que "um acordo mutuamente satisfatório possa não ser alcançado" com a União Europeia. E a Escócia dá sinais cada vez mais fortes que poderá sair do Reino Unido caso o Brexit se concretize.
O referendo é um bom instrumento democrático de consulta, mas não para tomar decisões que afectem profundamente a política do governo e que perdurem no tempo afectando as gerações futuras . Lembre-se que quem quis o sair foram as gerações mais velhas enquanto as gerações mais novas preferiram o ficar.
A aproximação do Reno Unido a uma União Europeia com sucesso é uma questão de tempo.