O PCP vai apresentar a factura a António Costa
O PCP teve um resultado dramático porque cerca de metade dos seus fiéis o abandonaram. A explicação tem a ver com o que os comunistas já classificam como a viabilização do governo. Já nem sequer apoiam o governo, viabilizam-no o que é bem diferente.
E a factura vai ser paga, não com um corte abrupto, mas com uma exigência cada vez maior, até ao ponto de Costa não poder ceder. Nessa altura a culpa da queda do governo é de António Costa.
Se há principio que o PCP protege é o seu universo eleitoral, nunca perdendo de vista que os outros partidos comunistas europeus se extinguiram quando se envolveram na governação. É por isso que os dirigentes comunistas sempre estiveram com um pé dentro e outro fora da "posição conjunta".
Para tornar as coisas mais difíceis, o Bloco não para de crescer. Tacticamente mais flexível, e com um universo eleitoral menos doutrinário o BE, pode sobreviver e mesmo ir buscar eleitores ao PCP e ao PS, se apresentar pequenas vitórias. Como as causas fracturantes que não desequilibram o orçamento. O eleitorado urbano que vota no Bloco ( ao contrário do eleitorado do PCP) não espera que o partido consiga que o país saia da UE e do Euro, embora espere ouvir esse discurso.
E, como Jerónimo tem repetidamente declarado, a política deste governo é farinha do mesmo saco