O orçamento é um jogo de " pôr e tirar "
O OE 2018 não contem nenhuma medida destinada a combater os factores problemáticos para o enquadramento da vida das empresas em Portugal ( carga fiscal sobre as empresas, instabilidade das políticas fiscais e outras, burocracia etc). Pelo contrário , agrava alguns desses factores. E está completamente desfasado face aos problemas de médio prazo com que o País se confronta em termos de défice estrutural das contas públicas ( que, em rigor, continua a crescer) , Acresce que quase nada prevê em termos de promoção da competitividade nacional pois passa ao lado de medidas para melhorar infraestruturas essenciais ao futuro da economia , como é o caso da ferrovia de bitola europeia. É, afinal, um jogo de " pôr e tirar " que cria a ilusão de privilegiar os grupos de eleitores mais numerosos ou com maior capacidade reivindicativa e esquece o imperativo de contribuir para um crescimento de qualidade da economia portuguesa. No final todos sairão a perder pois será o crescimento do país que continuará aquém dos países nossos concorrentes a nível europeu e global como vem acontecendo ano após ano.
É imperativo que as forças representativas do mundo empresarial ( a exemplo da CIP ) façam uma denuncia pública desta política orçamental que, além do referido, não aproveita o bom momento da economia envolvente para dotar o país ( ainda fortemente endividado ) de mais defesas par fazer face a um futuro onde não faltam ameaças como a da subida das taxas de juro e a situação política em vários parceiros europeus. O ajustamento económico e financeiro , em Portugal, está longe de estar terminado .
( Ideias principais do Seminário sobre o" OE 2018 - como se enquadra numa estratégia de crescimento a médio prazo," realizado , ontem 22/11/2017 )