O novo Hospital de Lisboa é uma parceria-público-privada
No mesmo dia que um comboio deixou cair o motor foi conhecido que à concepção-construção-equipamento e gestão do novo hospital de Lisboa concorreram nove empresas . O Estado não tem dinheiro - o primeiro caso é ridículo o segundo é sério.
Quando há uma ministra da saúde que mexe na proposta da Lei de Bases da Saúde no sentido de reforçar o papel do Estado no Sistema de Saúde, verifica-se que o governo a que pertence reforça o papel dos privados no sistema. É que as PPP servem para isso. Os privados adiantam dinheiro ao Estado e este fica a pagar uma renda.
... pretende afastar toda a medicina que não é exclusivamente pública. Tal não é possível, como mostra a degradação do SNS a que assistimos. A aflitiva falta de investimento que o Estado se vê obrigado a fazer, e o facto de muitas vezes ser mais barato recorrer aos centros não públicos torna essa ideia incongruente. O Estado orçamentou 9 mil milhões para a Saúde e os portugueses gastaram 17 mil milhões. A diferença foi para os privados. Porquê? Por escolha dos que pagam os impostos com que se paga o SNS. E na maioria dos casos é dinheiro poupado ao Estado.
O Hospital Lisboa Oriental vai representar para o operador privado um investimento total de cerca de 330 milhões de euros e, para o Estado, estima-se uma renda anual que poderá rondar os 16 milhões de euros durante 27 anos do contrato.
Todos os regimes em que foi imposto o Estado como dono e senhor de tudo resultaram em miséria e desgraça.