O impacto económico do Covid - 19
Portugal não está preparado para enfrentar a actual crise que vai piorar a curto prazo. Mais uma vez fomos apanhados com as calças na mão. Vejam o que diz o Relatório da Ordem dos Economistas.
Relativamente às metas orçamentais, é impreterível afirmar que pouco do que consta no Orçamento do Estado de 2020 fará sentido à luz dos acontecimentos atuais. De acordo com os cenários que traçámos, a maioria dos membros (75%) elegeu a opção em que Portugal não seria capaz de cumprir qualquer meta orçamental, devido ao risco de uma crise mundial que levará a derrapagens no défice, ao aumento do custo de financiamento da dívida e a um crescimento bastante abaixo do esperado.
O turismo foi destacadamente o setor designado como o que sofrerá o impacto mais negativo nesta crise. A crescente dependência de Portugal desde setor, que representa 13,7% do PIB, significa uma perda avultada de contribuições, que se deverá prolongar por alguns meses após o controlo desta pandemia.
Em seguida, a preocupação recai sobre o impacto nas exportações, sobre o impacto do aumento dos gastos em despesas de saúde (embora necessário), o efeito de contração da procura interna e, por fim, eventuais falhas nas cadeias de produção.
Numa avaliação do risco associado aos principais indicadores económicos - e ainda que exista uma interdependência entre todos eles - o desemprego foi o que reuniu as avaliações de risco mais elevado. Segue-se o crescimento, o aumento da dívida e do custo de financiamento, o défice e, por último, o investimento.
O país está completamente exposto sem margens e sem almofadas que aliviem o choque. Só a União Europeia nos pode salvar.
Afinal quem está com as pernas a tremer somos nós.