O grande feito do PS : amarrar a extrema esquerda
É visível que a maior azia com a eleição de Centeno para o Eurogrupo é dos partidos à esquerda do PS. Afinal, o Governo é como os outros e segue uma ortodoxia europeia tão irrepreensível que o seu ministro das Finanças se torna o presidente dos ministros das Finanças do Euro. Mas é à direita que o golpe é maior. Porque demonstra que, sem se afastar da essência ortodoxa dos défices baixos, dos saldos primários e das reduções da dívida, é possível amarrar a extrema-esquerda .
E, agora, após a eleição de Centeno, temos que da direita à esquerda somos todos pró-Europa e pró-zona euro o que é extraordinário depois do que se disse contra durante a recessão. Bastou a economia crescer em toda a Europa para os problemas desaparecerem a curto prazo em Portugal.
O que é verdadeiramente surpreendente é que a única reforma que se mantém inalterada seja a das Leis laborais a que maior engulho representa para PCP e BE. Porque Centeno é um especialista liberal na matéria?
Na imprensa estrangeira a nomeação de Centeno é dada como um "estar no lugar certo no momento certo" tendo em vista que a maioria dos serviços são chefiados por gente da direita, é necessário um representante socialista a acrescer aos poucos que restam. Mas não contaram com os problemas internos cá dentro.
Se a geringonça tinha morrido com as autárquicas, a nomeação de Centeno é o prego último no caixão.