O governo não tem que ter medo da pandemia
Todos esperam que o governo tome as medidas necessárias a proteger a saúde e as vidas da população. Mal se compreenderia que governantes e governados não entendessem que essa é a maior prioridade.
Estamos todos à espera, claro, que o governo tenho o rasgo de poupar vidas e salvar empresas e rendimentos. Mas ninguém tem que ser génio .
O problema que António Costa deve enfrentar é a capacidade de investir bem o dinheiro de Bruxelas e não o derreter em projectos estatais megalómanos. Salvar as empresas viáveis e criar novas empresas inovadoras . Ajudar à concentração empresarial.
Mas o governo tem também a obrigação de encarar os grandes problemas que ficaram sem solução, como a TAP, o Novo Banco, a refinaria de Matozinhos da Galp, os projectos do Hidrogénio e do Lítio. É que alguns destes projectos vão gerar muito desemprego no imediato e o rendimento ( o malfadado lucro) se vier será mais a médio e longo prazo.
E aí sim, haverá gente a lamentar-se por ficar no desemprego, empresas que deixam de produzir, partidos zangados por afinal já não ser preciso modernizar o tecido empresarial . Como já se vê com os trabalhadores da TAP e da Refinaria de Matozinhos . E as populações das regiões onde há lítio que se mobilizam para salvar o ambiente.
António Costa não tem como fugir a essas medidas que zangam trabalhadores, partidos à esquerda, sindicatos e populações.
Tem a obrigação e o direito de governar em tempos difíceis .