O FMI reconhece que as pessoas lhe interessam pouco
O FMI vem agora reconhecer que foi tudo demasiado rápido, difícil e doloroso. Consolidar as contas públicas à custa de mais desemprego e empobrecimento é fácil, todos fazem. No equilíbrio não conseguido é que está a ciência que o FMI não teve. O erro, o pecado, foi que nas folhas de excel não entra o social. A curto prazo as consequências são nefastas.
Expectativas demasiado elevadas em relação ao efeito imediato das reformas estruturais, consolidações orçamentais feitas de forma excessivamente rápida, expectativas irrealistas em relação a uma estratégia de curto prazo de desvalorização interna e cedências no princípio de reestruturar logo à cabeça dívidas públicas pouco sustentáveis.
O travão teria sido pensar nas pessoas. Esperemos que compreendam de uma vez por todas que país que paga dívidas elevadas não tem meios para investir e sem investir não há emprego nem crescimento sustentável da economia. Isto é tão óbvio que é difícil aceitar que o FMI e a Europa só agora o tenham percebido.