O crescimento da nossa economia é sustentável ?
Persistem graves problemas estruturais na economia portuguesa que tornam Portugal muito vulnerável a contingências externas de diversa ordem, como a subida das taxas de juro ou a eliminação das compras de dívida decorrentes do quantitative easing do Banco Central Europeu, entre outras.
O nível do investimento, por exemplo, continua abaixo dos números registados antes da grave crise das finanças públicas que levou à intervenção da troika. A tímida recuperação registada em 2017 não chegou sequer para alcançar os valores de 2015. A necessidade imperiosa de atrairmos investimento externo para fazer face às debilidades estruturais da nossa economia devia ser consensual entre nós, mas, infelizmente, isso parece não suceder. Mesmo ao nível do investimento público, o Governo continua francamente aquém das metas traçadas.
Outra questão que pode ter repercussões graves num futuro próximo é a do agravamento da despesa pública de natureza mais estrutural, muito para além da anunciada recuperação de rendimentos que estiveram congelados ou foram mesmo reduzidos durante o período em que Portugal se manteve sob intervenção externa.
Falemos sem rodeios: estamos a comprometer a sustentabilidade do nosso crescimento à míngua de investimento tornando mais rígida a estrutura da despesa pública para fazer face a uma fase mais recessiva do ciclo económico.