O Brêxit abre caminho a um partido pró- União Europeia
Ao contrário do que acontece em Portugal o Brêxit, junta os conservadores ingleses pró-UE e os trabalhistas ingleses pró-UE já que nenhuma deferença essencial os separa quanto à Europa. E a formação de um novo partido pró-UE começa a tomar forma.
Por cá, bem ao contrário, os interesses partidários resultaram na geringonça. Dois partidos anti-UE foram chamados a apoiar a governação que é pró-UE. É, claro, que mais tarde ou mais cedo o cenário Luso bateria de frente no paradoxo incontornável da maioria assim constituída.
Uma vez que nenhuma questão fundamental separa os conservadores pró-UE e os trabalhistas pró-UE, já começou a delinear-se uma cooperação prática entre ambos os partidos. Mas para que qualquer aliança parlamentar deste tipo tenha legitimidade democrática, deverá apresentar-se não apenas como uma coligação de parlamentares com a mesma opinião mas sim como um novo partido político, com um programa que confronte de forma realista os desafios das mudanças tecnológicas e da globalização.
É esta legitimação democrática que António Costa não tem mas que lhe está, a ele e a nós, a custar muito caro. Como teriam votado os portugueses se o PS tivesse anunciado na campanha eleitoral que se juntaria aos partidos comunistas anti-UE ? E esta é a principal razão de o actual governo não realizar uma só reforma estrutural que faria se governasse sozinho.
Na mais velha Democracia do mundo estas golpadas não têm lugar.