O BE ao votar contra o orçamento colocou o governo nas mãos do PCP
Há uma parte do PS que esconde bloquistas oportunistas que não saem do PS por interesse pessoal. É mais fácil entrar nas listas em lugares elegíveis no PS. Mas a parte que resta do PS é composta por gente que vê nos bloquistas o seu principal adversário.
E isto, agora assumido por esta ruptura muda tudo.
Desde logo porque o PCP vê a sua importância política crescer exponencialmente. Vai aprovar o orçamento e vai ver muitas das suas propostas de alteração orçamental, aceites. Apesar do BE e das pesadas derrotas eleitorais .
O BE arrisca-se a passar a ser visto como é na realidade. Um partido que promove causas laterais de minorias (aborto, xenofobia, racismo...) mas que não conta para a solução dos verdadeiros problemas políticos, económicos e sociais.
O BE mostra bem com esta decisão que haveria um terramoto interno entre as várias correntes políticas que dentro de si coexistem, se aprovasse o orçamento do PS. Os quatro orçamentos anteriores limitaram-se a "repor" rendimentos que os comunistas viram há muito que não mudou nada mas que os bloquistas insistiram em mostrar como um troféu.
E o PS foi quem ganhou eleitoralmente com a geringonça enquanto o PC e o BE perderam em toda a linha.
O PC vai abster-se a bem do interesse nacional porque o orçamento não é o seu orçamento. O BE não foi capaz de colocar o interesse nacional acima do seu orçamento.
Isto paga-se, caro.