O BE a embalar o berço ao PS
É cada vez mais evidente o distanciamento do velho PCP que se mantém agarrado ao discurso de sempre, contra o défice, o pagamento da dívida, a política próEuropa de António Costa.
Ao contrário, o Bloco está cada vez mais fofinho. Na mesma semana Mortágua e Galamba deslumbram-se perante a hipótese de serem ministros, num governo PS/BE , naturalmente .
Na Câmara de Lisboa, o vereador do BE mete os pés pelas mãos por forma a não desafinar com Fernando Medina. Uma espécie de ensaio.
Claro que, este BE no poder mostra que sofre dos mesmos vícios de todos os outros partidos e isso é bom. Deixa de poder jogar a habitual carta da superioridade moral, da capacidade de resolver problemas de ser mais capaz e mais justo. Como se viu pelo seu herói Syriza na Grécia.
O Syriza engoliu o que teve de engolir apesar de tudo o que antes prometeu em nome da conservação do poder – o Bloco não é mais puro, nunca foi nem será, e por isso também engolirá o que tiver de engolir.
Diria mesmo que já está escrito nas estrelas: salvo surpresas de maior, lá para 2019 António Costa deverá poder libertar-se do PCP e fazer uma geringonça mais fofinha (e com menos arestas) só com o Bloco, altura em que o casamento por certo incluirá entregar ao partido de Catarina Martins algumas pastas ministeriais – tal como em Lisboa Fernando Medina já entregou pelouros a Ricardo Robles.
O PS já se moveu em direcção ao BE e agora é ver alguns dos seus elementos mais radicais na primeira linha