O aviso do " filho da mãe " alemão
Portugal tem que se assegurar que não será sujeito a um segundo resgate. Quem aviso nosso amigo é mas as reacções do nosso ministro das finanças e do primeiro ministro não apontam para aí.
A verdade é que lá fora não acreditam nas boas notícias . E a razão é simples. A dívida é muito alta, o crescimento da economia é muito baixo e não dá para a pagar. É por isso que as taxas de juro a 10 anos não baixa.( como se sabe, as taxas de juro a curto prazo têm muito pouca relevância embora, a estratégia do Tesouro para baixar a taxa média da dívida passe por substituir taxa alta a longo prazo por taxa baixa a curto prazo).
Mas se a taxa média nominal da dívida anda pelos 4% o crescimento da economia anda pelos 1,4% o que não dá para pagar dívida. E grande parte deste crescimento vem do turismo . Como poderá ser de outra forma se não há investimento ?
Se os mercados começam a desconfiar de um país, vão exigir uma maior taxa de retorno de tal maneira elevada que pode fazer com que o governo não consiga pagar a sua dívida.
O turismo tem sido muito importante, mas não tem energia para provocar um crescimento dessa dimensão. Tal como não é possível chegar lá através do circuito: aumento dos salários, aumento do consumo.
A dívida pública aumentou 4%, mais do que o crescimento nominal do produto, tendo como referência os dados fornecidos pelo próprio Ministério das Finanças. Em 2016, o crescimento real do PIB foi de 1,4% e o nominal 3,1%. O peso da dívida no PIB aumentou – e é a dívida bruta que interessa porque é ela que nos dá a dimensão do que temos de pagar e, especialmente, do encargos com juros. Com uma dívida da ordem dos 240 mil milhões de euros, uma taxa de juro de 3,5% significa mais de oito mil milhões de euros em juros. Parece óbvio que com um crescimento inferior a 4%, em termos nominais, é impossível aguentar o peso dos juros e suportar o sucessivo crescimento da dívida pública que isso dita.