O assalto ideológico ao ensino superior
Dir-se-ia que, para a agenda política das Universidades, ensinar não é transmitir conhecimento, mas apenas gerar insatisfação. De facto, quanto mais cresce a politização das humanidades, mais cresce a ignorância do legado humanista. Mas os perdedores serão, em primeiro lugar, os alunos. O desmantelamento do curriculum em nome de agendas políticas é uma medida tirânica que os priva do melhor que foi pensado e dito. Com o tempo, ficarão as Universidades a perder, pois os alunos hão-de um dia descobrir que estas nada lhes ofereceram a não ser “treinamento ideológico, cultura pop e jogos herméticos de palavras” (Kimball, p. 31). E em última instância perdem as democracias, que deixam de ver garantida não só a liberdade da actividade cultural e artística, como até a própria independência das instituições de ensino superior.