O " amigo " PERES salvou o défice
O PERES salvou o défice. Juravam que não, o PERES não era preciso para nada, era só mais uma oportunidade dos devedores pagarem mais facilmente as suas dívidas. Acabou por ser o salvador da situação. De outra forma o défice seria igual a 2015. Estranho ? Olhe que não.
Mas será que o comportamento até Setembro, conjugado com o que se sabe já do quarto trimestre significa que o défice fica abaixo dos 3% do PIB “pela primeira vez em democracia”, ou mesmo dos 2,5% do PIB, como referiu o primeiro-ministro? À partida poderá, de facto, chegar a 2,5% do PIB, mas apenas graças a medidas pontuais e, dentro destas, destaca-se o “amigo” PERES.
Tendo em conta não só o comportamento do défice em anos passados, mas principalmente as pressões acrescidas deste trimestre (aumentos da função publica, redução de horário para as 35 horas e descida do IVA da restauração), o défice deveria situar-se ligeiramente acima de 3% do PIB. No entanto, a receita extraordinária do perdão fiscal poderá levar o défice para perto dos 2,5% do PIB, já que aos 500 milhões de receita fiscal arrecadados este ano (0,3% do PIB), terá de se acrescentar a receita da segurança social e, ainda, parte dos 600 milhões de euros que, apesar de só serem pagos nos anos seguintes, poderão ser já contabilizados neste ano. Serão estes os números que o Presidente dizia não conhecer, mas que já eram do conhecimento do governo?