Nunca tantos viveram com esta qualidade de vida
E, sim, é na Europa : A verdade, e os números não mentem, é que a tão criticada União Europeia continua a ser um (relativo) oásis em termos de justiça social. Um artigo recente do Guardian resume a questão: “parte da esquerda refere a UE como um veículo para políticas económicas neoliberais, parte da direita acusa-a de ser um monstro administrativo ineficiente”. Num Mundo em que a globalização e a digitalização são acusadas de criar desigualdade, lê-se, as políticas dos dois grandes blocos económicos provam que ela não é uma fatalidade e pode ser contida. Foi-o na Europa e só na Europa. Ao rejeitar a filosofia de Reagan e Thatcher de libertação da economia de qualquer controlo, mantendo a regulação como fiel da balança do comportamento dos mercados e seus operadores; ao assegurar a liberdade de circulação dos factores da economia transformando 28 mercados num único mercado interno; ao proteger os sistemas de segurança social como a sua própria razão de ser; ao usar os fundos estruturais para garantir níveis razoáveis (ainda que insuficientes) de convergência das zonas pobres e ricas da União; ao assegurar uma educação de qualidade e tanto quanto possível livre e gratuita, a UE evitou que a sua “economia de mercado” se transformasse numa “sociedade de mercado”. E impediu que a desigualdade, como um cancro, minasse o essencial do seu “fabrico social”.