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BandaLarga

as autoestradas da informação

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Não há hipocrisia maior que a do PCP

Estar contra a serpente mas proteger os ovos.

O PCP não quer saber das as violações de princípios básicos da democracia na Hungria, como a independência do poder judicial, a liberdade de expressão - geral, académica e de imprensa -, a xenofobia contra os migrantes, ou as declarações de ódio contra as minorias, etc. etc. Isso não é o fundamental.

Para o PCP, isso é uma “ingerência” em assuntos internos de um Estado, o que serve sempre para justificar toda a retórica do partido na defesa de regimes pouco recomendáveis - da Venezuela, a Cuba, à Rússia ou à Coreia do Norte. A metáfora dos ovos quer dizer o seguinte: a União Europeia, com as suas políticas liberais contra os trabalhadores (e com os erros que cometeu nas políticas de migração), é que incuba os ovos de onde nascem os Órban. Por isso, o PCP vota contra a galinha e não contra a serpente. Para o PCP, que não partilha dos valores básicos da UE, se não houvesse uma União Europeia capitalista não haveria um ressurgimento fascista. Mas o pensamento subjacente é mais elaborado e cínico: quanto mais movimentos de extrema-direita houver mais perto da ruptura estará a UE. Há estranhas alianças estranhas históricas e contranatura: o pacto germano-soviético de 1939 também não parecia fazer sentido. E não fazia. Os comunistas até podem não estar a ser contraditórios porque esta posição é apenas instrumental para um fim que entendem ser maior. João Ferreira acusa a UE de “hipocrisia”, mas não há hipocrisia maior que a do PCP.

 

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