Não é pagar dívida é arranjar receitas para fazer despesa
Os nove economistas apresentaram um trabalho sobre a dívida que procura encontrar receitas extraordinárias para dessa forma aumentar receita e com essa margem fazer despesa. A velha fórmula de empurrar os problemas com a barriga.
O relatório do grupo de trabalho sobre a sustentabilidade das dívidas externa e pública explicitou um consenso que vai agora do CDS ao Bloco de Esquerda: temos um grave e pesado problema de dívida pública que não pode ser resolvido sem a colaboração dos nossos credores. E como os economistas que fizeram esse trabalho bem sabem, a cooperação dos credores passa sempre por algum tipo de condições a quem deve. O slogan “não pagamos” caiu.
O maior problema da proposta do aumento dos dividendos do Banco de Portugal está no destino que se quer dar ao dinheiro. Pretende-se que ganhos que são extraordinários, irrepetíveis, sirvam para pagar despesas permanentes, quando por esta via se podia também aproveitar para reduzir o peso da dívida, por pouco que seja.
Na prática, os nove economistas não fazem nenhuma proposta de reestruturação de dívida que dependa apenas de nós. Olhando para os números perceberam a dimensão do problema que iriam criar aos bancos, às seguradoras, à segurança social e aos aforradores portugueses que apostaram na compra de dívida.
Antes tarde do que nunca .