Mas não foi sempre isto que esteve em cima da mesa ?
Em relação ao PCP e ao BE dificilmente haveria outro caminho mas em relação ao PS não foi sempre esta questão que esteve em cima da mesa? Não foi por isso que o PS nunca antes aceitou esta "solução conjunta" ? O PS mesmo na campanha das legislativas (que perdeu) nunca teve a coragem de preparar o eleitorado para a actual solução governativa. Todos sabemos bem porquê.
António Costa, em desespero, depois de andar a empurrar Seguro por causa das vitórias eleitorais "poucochinhas" não tinha outro caminho senão juntar-se à extrema esquerda. Mas sempre disse que a posição do PS em relação ao modelo de sociedade e da União Europeia não era a mesma do PC e do BE. Sempre soube isso e nunca o escondeu.
É por essa razão que foi e é tão atacado, porque a sua decisão é contra natura, mais tarde ou mais cedo teria que escolher entre Bruxelas e os seus apoiantes. Admito que não esperasse que os investidores fugissem, que teria a má vontade da UE, que as agências e os mercados escrutinassem como nunca a evolução do país, mas se assim foi, não tem que se queixar senão de si próprio.
Creio que António Costa continua a contar que PCP e BE não têm outro remédio que não seja apoiar o governo e que, a capacidade dos dois partidos da extrema esquerda de engolir sapos vivos é muito maior do que a que andaram anos a vender-nos. Mas, Costa, não contou com a viva reacção dos mercados. E, pior, não fazia ideia nenhuma de qual seria a evolução das exportações portuguesas e vendeu ao país o reforço da procura interna e do consumo privado tantas vezes tentado sem sucesso.
A verdade é que Costa teve que escolher entre juntar-se à extrema esquerda ou terminar a sua carreira política. Escolheu a sua sobrevivência política. O custo está a ser pago pelo país.
PCP ( vejam-se as ameaças de Jerónimo) e BE sentindo o governo apertado, atarraxam.