Louçã diz o mesmo que o "filho da mãe" alemão
Com o comportamento da economia que temos a dívida não é pagável diz Francisco Louçã. Tal qual Schauble o ministro das finanças da Alemanha.
"não há nenhuma economia europeia, nem a grega, que tenha um pagamento de juros tão importante na escala do seu produto" como a portuguesa e que, para chegar a uma dívida de 60% do Produto Interno Bruto (PIB) como obrigam os tratados, teria de ter todos os anos um 'superavit' primário (excedente das receitas dos impostos sobre as despesas do Estado) a um nível que nem a Alemanha conseguiu manter, no espaço de 15 anos.
"Nenhuma empresa aceita um juro acima daquilo que consegue produzir", ilustrou o catedrático de economia e membro do Conselho Consultivo do Banco de Portugal na palestra em Águeda, um concelho fortemente industrializado, defendendo que os juros devem ser adequados ao crescimento da economia.
"Se o juro da dívida não fosse de 3,5% ou 4%, mas sim de 1%, o que o Banco Central Europeu pode aceitar sem qualquer dificuldade, Portugal reduziria a dívida em cerca de 40% do seu produto [interno bruto]", concretizou.