Limitar o poder de orgãos não eleitos
Está escrito nas estrelas. PS e PSD e CDS mais tarde ou mais cedo chegarão a acordo sobre várias matérias. O Tribunal Constitucional é uma delas. E o sistema eleitoral outra. O Tribunal Constitucional, órgão não eleito, é cada vez mais restritivo e não leva em conta o contexto em que decide. E os seus membros não são suficientemente escrutinados . As suas decisões vão muito além das matérias jurídicas em que supostamente são excelentes. Se a economia é importante de mais para estar entregue só aos economistas, a Lei fundamental não pode estar entregue só aos juristas.
Um governo maioritário com apoio parlamentar não pode ser posto em causa por uns gritos ululantes de uns quantos insatisfeitos". Nos Estados Unidos ( só para dar um exemplo) os membros do Tribunal Constitucional são escrutinados de uma forma muito exigente.
Quem, recorrendo a princípios tão gerais e difíceis de definir e de densificar, determina a inconstitucionalidade de determinados diplomas em circunstâncias tão especiais da vida do País, quem está nesta posição, deveria ter um escrutínio muito maior do que aquele que foi feito até hoje". Nós não temos tido essa exigência e hoje é claro que é fundamental adaptar a arquitectura do sistema político ao tempo que vivemos. Á União Europeia, ao Euro, ao Tratado Orçamental a uma democracia mais participativa. Quem tem natureza para governar vai ter que se comprometer com as mudanças necessárias.