Joana Marques Vidal é a assombração do PS
Há um antes e um depois da actual Procuradora Geral da República . Antes, na PGR, arquivavam-se processos, rasgavam-se dossiers e destruíam-se escutas. Depois, na PGR, investigam-se poderosos e levam-se a tribunal.
Nada pode ser mais dramático para o PS . Basta atentar nos processos de investigação em curso.
E a golpada está a caminho. Inventa-se um argumento pseudo constitucional de limitação de mandatos da PGR quando sabemos que pelo menos um deles no passado cumpriu quatro mandatos consecutivos. Depois porque os constitucionalistas ( os que estiveram envolvidos na revisão da Constituição) são unânimes em dizer que o espírito e a letra da Constituição é da não limitação de mandatos.
Mas esta PGR é pouco maleável, vai mesmo levar os processos em que estão envolvidos conhecidos dirigentes do PS, a tribunal.
É, claro, que esta decisão que está agora a ser testada junto da população é política, tem como objectivo permitir que o actual governo intervenha na Justiça através de gente mais próxima e menos rigorosa.
Hoje na Assembleia da República viu-se mais uma vez a caricatura de um primeiro ministro que não assume nada, que não sabe de nada e que se esconde atrás da ministra da Justiça, como já se escondeu atrás da ex-ministra da administração interna no verão passado. E atrás do ministro da Defesa no caso que não foi roubo de armas em Tancos.
E que também não sabe nada sobre o caos das urgências nos hospitais e da alimentação com lagartas e do aquecimento que falta nas escolas.
Este primeiro ministro é uma assombração de si próprio . Esperemos que o Presidente da República seja a assombração final .