Há uma mão criminosa nos incêndios - a do Estado.
Em qualquer país decente já havia demissões : Responsabilidade sistémica – O que os peritos dizem é que o modelo existente (prevenção, de um lado; combate, do outro) é um modelo errado. E dizem que, em alternativa, é preciso maior integração entre prevenção e combate. Ou seja, um arraso no modelo criado em 2005 por António Costa, então MAI.
Responsabilidade política – Os dados não deixam margem para dúvidas: o Governo falhou em toda a linha na área da Protecção Civil. Falhou no modelo. Falhou nas pessoas que escolheu para a Protecção Civil. Falhou na nomeação de Comandantes sem experiência e com licenciaturas de farinha amparo. Falhou em nomeações feitas fora de tempo, em cima da época de incêndios. E então? Não há responsabilidades políticas? Ninguém se demite? O Governo vai novamente sacudir a água do capote?
• Em boa verdade, se tivesse um mínimo de princípios, depois deste relatório, a MAI pedia para sair e colocava o seu lugar à disposição.
• Mas isso não vai suceder. O PM só vai querer ler uma das partes do relatório (Recomendações) e finge que não lê o resto.
Há uma mão criminosa- a de todos os ministros MAI que lançaram milhões de euros para cima dos fogos, em SIRESP e meios aéreos mas não tiveram a coragem de ir ao terreno e encontrar soluções. Com as populações, os poderes locais, os bombeiros.
Agora é só esperar que chegue a chuva e se apague a memória. Enterram-se os mortos e dá-se música aos vivos. Até para o ano.