Há que encontrar um bode expiatório para os incêndios do próximo verão
Por fim sinto indignação. Por mais argumentos que escute, por mais diatribes que oiça, não consigo encontrar um racional para a irracionalidade desta campanha a não ser o racional que não devia existir: o cálculo político. Dizendo a coisa de forma frontal e franca: todo este alarido tem menos a ver com a protecção da floresta contra os incêndios e muito mais a ver com a protecção de António Costa contra os imprevistos de um Verão que corra menos bem, pois nem é preciso que corra tão mal como o último para ele pagar um elevado preço político. Mas agora já não corre esse risco, porque depois desta campanha vai sempre poder dizer: fiz tudo o que estava ao meu alcance, se as coisas estão a correr mal é porque os malvados dos proprietários não limparam as suas matas.
É assim que actua um politiqueiro habilidoso e calculista, não é assim que actua um estadista.