Governo minoritário com apoio mínimo
Cavaco Silva pode e deve manter um governo em gestão, não lhe faltam razões para isso. Os pretensos acordos, assinados sem qualquer formalismo, essencial numa democracia, começam a mostrar a marosca. Uma das falhas mais extraordinárias, no acordo PS/PCP, afirma " que acordam em negociar um acordo de incidência governamental ". Isto é, o PS apresenta-se ao Presidente da República sem um acordo estável e consistente.
E se Passos Coelho não quiser manter-se em lume brando, o presidente da república pode sempre dar posse a um governo de iniciativa presidencial que cairá na Assembleia da República, mas que pode continuar em gestão até à tomada de posse do próximo presidente da república e marcação de eleições antecipadas.
O que não é solução, é um governo minoritário de um partido que foi o maior derrotado nas eleições e apoiado por partidos comunistas anti-Europa e anti-Nato .
E, em nenhum dos acordos, há qualquer referência à União Europeia, ao Tratado Orçamental e à Nato o que contraria expressamente as condições necessárias impostas por Cavaco Silva .
O que nasce torto dificilmente se endireita.