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BandaLarga

as autoestradas da informação

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Gostava de votar num partido assim

"Esta gente não precisa de migalhas. Não precisa que se aumentem os actuais apoios ou que se acrescente uma alínea à lei onde se possam encaixar melhor. Precisam de uma mudança de paradigma. Precisam de ser respeitados. E respeitá-los é, também, deixá-los decidir o que fazer da vida e apoiá-los da mesma forma como seriam apoiados se ficassem institucionalizados."
O artigo de hoje de Luís Aguiar-Conraria é dos melhores que escreveu, parece-me, tem aliás o melhor dos ingredientes para se fazer uma boa discussão de opções políticas: uma forte base na realidade concreta de pessoas e factos concretos.
Para além de eventualmente levar alguém a ler o artigo, o que me interessa é que o que o Luís diz sobre a deficiência é, com adaptações, válido para tantas outras coisas que serviria facilmente como a âncora programática de um partido liberal:
em vez de financiar escolas, o Estado deveria financiar alunos, em vez de financiar creches, o Estado deveria financiar famílias, em vez de financiar hospitais, o Estado deveria financiar doentes, em vez de financiar empresas de transportes, o Estado deveria financiar utilizadores, em vez de criar equipas de sapadores, o Estado deveria financiar pastores, em vez de fazer áreas protegidas, o Estado deveria pagar a gestão de serviços de ecossistema a quem a faz, etc., etc., etc..
Não é uma mezinha, não é uma bala de prata, não é uma solução sem dificuldades e que não precise de importantes adaptações a cada situação concreta, incluindo a gestão de riscos associados, que são altos.
Mas que eu gostaria de ter um partido que fosse absolutamente claro nisto para, ao menos uma vez na vida, votar no que quero, em vez de votar contra o que não quero, lá isso gostava.