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BandaLarga

as autoestradas da informação

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FALAMOS... de quê, quando abordamos o 25 de Abril? - V M Sousa Machado

  1. FALAMOS... de quê, quando abordamos o 25 de Abril?

De um MFA unido ideologicamente ?  Não era verdade.  Falamos dos generais ou dos capitães, dito assim genericamente?  Havia vários rumos em cada um dos grupos.
Falamos do 13 de Junho, do 28 de Setembro, do 11 de Março, do 3 de Setembro de 1975, do 25 de Novembro, datas fundamentais mas opostas muitas delas?  Do Plano Económico Melo Antunes ou das nacionalizações?
Mais visões diferentes.

Do Programa do MFA inicial, do negociado com Spínola, do PAP (Plano de Acção Política, pós 11 de Março), do Documento-Guia Povo-MFA, do Documento dos Nove? Houve vários MFA.
Falamos de Melo Antunes, Spinola, Costa Gomes, Martins Guerreiro, Rosa Coutinho, Otelo (versão um e versão dois)?
Falamos de Soares, Cunhal, Sá Carneiro, Freitas do Amaral, da Igreja Católica e da acção deles e de cada um no período de transição para a democracia?
De que falamos afinal, de qual 25 de Abril, de qual ideia de país?
De que «verdade» se fala?
Ou cada um está falando apenas da «sua verdade», num registo um pouco paranóico politicamente (e historicamente não verdadeiro), colando essa «sua verdade» ao 25 de Abril, retalhando o 25 de Abril em parcelas com proprietário?

Ou estaremos, só e por fim, mitificando o 25 de Abril, transformando-o naquilo que ele não foi e não celebrando o que ele realmente foi?