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BandaLarga

as autoestradas da informação

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EXCITAÇÕES por José Manuel Barroso

Parece que o «internacionalismo proletário» está de volta, em todo o seu esplendor. Os saudosos do império russo vermelho afogam suas mágoas no sr. Putin e na política nazi de anexação de países independentes e soberanos. Falam da Finlândia, no caso da Ucrânia, e esquecem o calvário finlandês. Mas, na moda mesmo, está a Grécia de Tsipras e Varoufakis. Ajudar a Grécia, no entender dos nossos e novos internacionalistas, é expirar as mágoas internas dos partidos «do povo», os que o dito povo reduz, em cada ato eleitoral, a menos de 10 por cento. Temos um cacharolete de forças radicais de extrema-esquerda no poder em Atenas - 35 por cento dos votos, dos quais uma parte 'roubada' a um Pasok arrastado pela austeridade - e animada pelo populismo de promessas fáceis e inatingíveis. E temos um governo grego que, no meio de uma batalha com a UE e os credores, transforma derrotas em vitórias, para consumo interno, e radicaliza a sua propaganda construindo inimigos externos. Como D. Quixote fazia com «los molinos de viento». Os nossos syrizas adoram discursos radicais, embora pouco lendo Cervantes. Exigem do governo português - mesmo antes do lamentável discurso chavista do Tsipras - que defenda interesses alheios e esqueça os nossos. Tsipras, como não pode, por agora, zurzir os alemães - de quem depende para pagar salários e pensões e juros - montou um palanque ibérico para inventar um inimigo fácil, técnica conhecida de propaganda. E zurzir espanhóis e portugueses. E assim os nossos miguéis de vasconcelos viraram todos gregos. Antes, já haviam sido venezuelanos, cubanos, chilenos, vietnamitas, chineses ou soviéticos (da Rússia/Urss). A História mostrou-lhes como acabou tudo isso que adoraram. Mas eles não aprenderam nada, não viram nada, não ouviram nada. Continuam prisioneiros das suas frustrações, das suas crenças (crendices), das suas utopias. À margem da História, julgando-se dentro. No caso grego, nem sabem ler e interpretar o que o leem. Recusam ser inteligentes, por preconceito ideológico. São jihadistas mentais. Masoquistas da alma, que não do corpo (querem viver bem, sempre!, seja por conta de quem for). Acham que o mais importante é a Grécia não pagar as suas dívidas, à custa dos outros povos europeus. À custa, tambem, do nosso povo. O mundo deles morreu ou está caminhando para outro lado, que não o deles, mas eles nem sabem. São como o soldado do passo trocado e que acha que o resto do pelotão é que está desacertando. Paz à sua alma.