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BandaLarga

as autoestradas da informação

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ESTÃO A FINGIR

Os beneficiários da abstenção são os partidos com eleitos no parlamento.

 

Estão na mesma (bem, como querem) votem 90 ou 20 por cento dos eleitores. Mas só uma votação escassa lhes garante o domínio da sua composição.

Uma só coisa, primordial, precisam de assegurar – que o restrito grupo de partidos com eleitos não se altere; que não se lhes junte alguém mais para dividir o bolo dos lucros, privilégios e mordomias.

E, ainda mais importante, que não chegue ao parlamento alguém sério, que queira pôr ordem na casa e termo aos abusos e ilegalidades correntes; que venha propor algo de novo que interesse aos eleitores, que ponha em prática políticas que os votantes acolham e queiram ver repetidas em eleições futuras.

 

É um risco que não podem correr.

 

Para o evitar, a solução eficaz é silenciar os novos movimentos políticos e impedir que as suas ideias sejam difundidas e conhecidas. Porque, se ouvidos e conhecidos fossem, mais pessoas se interessariam em votar. Mas em votar nos novos.

Ora, é exactamente o que os partidos não querem.

 

Por isso, como vimos na recente campanha eleitoral, todos os concorrentes não integrantes do círculo exclusivo, foram ignorados e postergados pelos meios de comunicação; com os dominantes conformados, acríticos e confortáveis.

Seu aliado e servidor, o presidente, farisaico, apela ao voto na véspera e deplora e verbera a ausência no dia, depois de, durante semanas, se ter mantido silente perante a discriminação manifesta, quando o cargo demandava que tivesse intervindo; apelando, exortando e, com o poder de influência, induzindo à igualdade de tratamento de todos os candidatos. Pelo menos, na estação pública de rádio e televisão.

Não o fez porque não quis, não porque não soubesse que era seu dever.

E tudo fazem, uns e outro, com o desplante pesporrente de imputar às vítimas o incumprimento do “dever cívico”, simulando preocupação e desgosto com a situação que, verdadeiramente, é a que querem e pela qual trabalham.

 

Se a abstenção radica na convicção de que não vale a pena votar, são os partidos e o presidente quem promove que tal convicção se consolide.

Estão bem assim e não querem estar de outra maneira.

 

E a repulsa em ouvi-los é directamente proporcional ao fingimento em que se concertam.

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