Enquanto se discute o orçamento o problema é o Infarmed
Pensamento do dia: Chapeau Costa
E como num passe de magia, passámos a ter toda a comunicação social, comentadores paineleiros de profissão, politicos, e a generalidade do Tuga, a devotar a sua total atenção, a analisar, a dissecar, e a produzir comentários, à transferência do INFARMED para o Porto, e subitamente, já todos esqueceram, nem ninguém diz ou escreve nada mais, sobre o facto do actual governo ter conseguido colocar, novamente, o país numa situação de contas públicas presas por arames, e somente a um pequeno passo de eminente descalabro.
Neste momento, basta uma ligeira subida dos juros, ou um pequeno decréscimo no crescimento do PIB, e uma subida acentuada no preço do petróleo, para que o castelo de cartas, sobre o qual o actual governo tem vindo a construir a base da sua política económica, para entrarmos de imediato numa situação de incumprimento, de enorme deficit externo, e a necessitar novamente de recorrer a ajuda externa, vulgo: FMI ou UE, ou Troika,.
Mas eis que agora, andamos todos preocupados, é com as famílias dos 700 funcionários públicos que irão ser transferidos para o Porto e a fazer contas a quanto custará ao erário público essa transferência, e já ninguém repara que só em 2018, a redução para as 35 horas de trabalho semanal na função pública, vai custar aos contribuintes quase 300 milhões de euros. Repito, 300 milhões de euros só em 2018.
Em 20 anos, e numa estimativa conservadora, os custos acrescidos da redução para as 35 horas, irá custar aos contribuintes, entre 8 a 10 mil milhões de euros.
Vou repetir: as 35 horas, em 20 anos irão custar quase 10 mil milhões de euros, a adicionar a todos os custos já existentes.
E tb já ninguém se preocupa em ir fazer contas ou tentar perceber ou pelo menos só querer saber, que o sistema de promoções automáticas -sem que a isso corresponda qualquer aumento de responsablidades ou da carga de trabalho - que os professores e o demais sector publico ou já tem ou exige ter, irá gerar uma factura não só para um ano, mas sim uma factura anualmente crescente e perpétua, e que os custos de 630 milhões que nos falam, reportam só a um pagamento, e só a uma pequena parte do sector publico, e que depois passa a ser também um custo anual, crescente e perpétuo.
Já ninguém mais se preocupa em saber, só para vos dar uma ideia da grandeza dos custos futuros, de tal sistema de promoções automáticas, que, em 20 anos, irá gerar um acréscimo nas despesas com funcionários públicos, superior a 120 mil milhões de euros. Valor a adicionar às despesas já existentes.
Vou repetir: o actual sistema de promoções automáticas, que os professores e demais função pública exige, em 20 anos irá produzir um acréscimo nas despesas públicas, na ordem dos 120 mil milhões de euros. Se a isso somarmos os acréscimos dos custos das 35 horas, estamos a falar de 130 mil milhões de euros. E o mais grave, é que é uma despesa com crescimento anual e perpétua.
Para que enquadrem a brutal dimensão deste valores, representa mais de metade de toda a divida publica soberana. E estes valores, terão que ser pagos, ou por mais dívida pública, o que fará crescer ainda mais a dívida acumulada, ou então vão ter que ser pagos pelos contribuintes, através de recolha mais impostos, confiscados aos trabalhadores do sector privado, e às empresas, num aumento, anual, continuo e perpétuo, que iremos igualmente deixar em legado a todas as seguintes gerações de contribuintes.
Tudo isto, para que uma criatura, que não conseguiu ganhar umas eleições, que julgava conseguir ganhar com facilidade, consiga manter-se agarrado ao poder.
Mas eis que o Costa, consegue retirar mais um coelho da sua cartola do embuste, e consegue em mais um brilhante passe de mágica, colocar o país inteiro, a falar da ida do Infarmed para o Porto, e já ninguém mais se interessa com as despesas públicas, nem com o facto de nos estarem a arrastar novamente, para o caminho da miséria, da pobreza, e da escravatura do endividamento e da despesa pública.
E por isso, rendo-lhe aqui a minha sincera e merecida homenagem e, digo:
"tiro-te o meu "chapeau" camarada Costa".