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BandaLarga

as autoestradas da informação

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Em democracia o poder é do povo

"Eles podem estar no poder mas nós somos o poder !" Isto é grave porque isto quer dizer que quem "é" poder é quem tem a força. Ora a democracia é o contrário disto. O poder "é" o povo, e as forças armadas são o "povo" armado, só podem utilisar a força das armas mandatadas pelos representantes do povo.

Aquela frase é perigosa e dá a dimensão das "torturas" que andam em muitas cabeças. Poucas frases resumem tão fielmente as ditaduras. E neste vídeo há ameaças veladas.

 

 

ANÁLISE | Policias e Polícias. E Jerónimo... Foi bem feito, boa peça teatral. Útil politicamente para todos. Fronteiras definidas, cada um jogou seu jogo. Sabendo que, quem ultrapassasse desta vez a fronteira, perderia aos olhos da opinião pública. Tirando partido dos incidentes da manif anterior, onde o PCP demonstrou que, se quisesse, podia causar danos à democracia e ao governo, o comando dos manifestantes atingiu os seus alvos. Primeiro, voltou a mostrar que domina sindicalmente as forças policiais e que é capaz de mobilizar muitos dos seus agentes - e usá-los. Segundo, mostrou a sua organizada força na rua, os manifestantes de hoje receberam instruções para se comportarem e fizeram-no com disciplina. Terceiro e importante, representaram uma boa peça de agit-prop - colocaram as TV'S e as pessoas à espera de outro excesso e não houve excesso, mas toda a gente esteve diante das pantalhas das TV's e viu o que viu (audiências multiplicadas, portanto). Quarto, as pessoas não viram excessos, desta vez, viram uma civilizada manif, corrigindo a ideia anterior do mau exemplo dos agentes policiais perante os cidadãos.
Do outro lado, o ministro ganhou também e passou na prova de força. Primeiro, porque deu mostras de ter 'disciplinado' a polícia e de que não hesitaria em usar a força, ou, seja, mostrou autoridade - a haver algo teria de ser muito grave e perigoso para as duas partes. Segundo, porque, com isso, transferiu para o PCP e os sindicatos os graves danos para as instituições e a democracia desse 'algo' - com as consequências políticas daí resultantes. As polícias e os polícias,esses, entenderam-se: ninguém provoca ninguém, ninguém bate em ninguém. Poderia ser um filme, um filme de final feliz. Efeméride: o PCP comemorou em beleza o seu 93º aniversário, como ele gosta. Adicionou às centenas de agentes umas centenas das suas tropas sindicais privadas, mas essa adição também faz parte destes jogos. Todos seremos muitos. Juntos seremos mais.