Em Democracia não há "inassimiláveis"
É o pior de todos depois de todos os outros. É o único que dá oportunidade ao individuo de mudar as circunstancias em que nasceu.
Um cinismo que se recusa a ver o elemento da condição humana ao qual os historiadores devem estar mais atentos: a liberdade individual. Porque em história não há leis, ao contrário das ciências naturais. Nenhum ser humano está condenado, pela sua origem, a um destino escrito nas estrelas (ou nas páginas de opinião do Público). É por isso que a democracia continua a ser o pior dos regimes, exceptuando todos os outros. Apesar de tudo, é aquele que melhor defende a possibilidade de mudar as circunstâncias em que vivemos.
É negar a individualidade a um número vastíssimo de pessoas em nome da sua origem étnica ou cultural. É, em suma, desprezar a meritocracia e a igualdade, os tais princípios liberais que as quotas – e, ironia das ironias, Fátima Bonifácio – põem em causa.