Crime disse ela
A ministra da Justiça enviou para a Procuradoria Geral da Republica o processo do apagão informático do CITIUS. Coloca-se a hipótese que a tramóia tenha sido efectuada por dois informáticos que trabalham na Polícia Judiciária.
Estamos fartos de ser confrontados com quebras do segredo de Justiça que naturalmente têm origem interna. Não é, pois, de admirar que o decisor político muitas vezes tenha que criar estruturas paralelas para não ser bloqueado pela máquina da administração. E explica as dezenas de adjuntos e assessores dos gabinetes do governo e a entrega de trabalhos aos privados que, aparentemente, podiam ser executados pelos técnicos públicos.
A administração pública não é neutra em termos políticos, longe disso . Muitos dos que se bateram em 25 de Abril de 1974 e 25 de Novembro de 75 continuam hoje em trincheiras opostas. E estão integrados na sua grande maioria na máquina do estado, controlando, bloqueando . Também é explicação para os longos prazos, de anos, em que simples licenças de investimento permanecem adormecidas nas gavetas de um qualquer serviço . E nunca se encontram responsáveis.
É, claro, que será sempre assim mas em muito menor extensão à medida que a renovação da administração pública se fizer por gente mais nova que não arraste os ódios que o período do PREC deixou em muitos de nós daquela geração.