Com um SNS gratuito porque é que há 2,3 milhões de seguros de saúde privados ?
Trata-se de um dos mais profundos problemas do Serviço Nacional de Saúde . A acessibilidade . E a resposta é simples. Se precisarem de uma cirurgia não urgente não estão para esperar oito ou nove meses para serem operados.
Outro aspecto é o da sustentabilidade, o SNS sobe o dobro ou o triplo do que sobe o PIB. Não há reequipamento nem investimento na inovação.
Outro aspecto é o da ineficiência : há 15% a 20% de ineficiência no SNS. Temos que ter comparação entre as iniciativas públicas, privadas e social. O Estado tem que prover um bem público não tem que o produzir pode contratar com o privado ( neste caso pagando conforme os resultados) ou com o sector social ( cuidados continuados).
O Estado tem que ter competências de controlo e fiscalização. O problema não é se é público ou privado é se serve ou não a população. O Estado como está organizado não permite pagar melhor a quem faz mais e melhor. Não há incentivos.
Outra questão é : os privados estão a fazer lucros com a minha saúde .Mas os medicamentos são todos de empresas privadas . Nunca vi a esquerda reivindicar a nacionalização das companhias farmacêuticas.
O livro que foi lançado por António Arnaut e João Semedo não precisa de ser lido é a apologia do estatismo na saúde, é a ideologia, não é a autonomia dos hospitais. É o sentido contrário à evolução do "Serviço Nacional de Saúde" para um "Sistema Nacional de Saúde", onde continuará a garantia da gratuitidade dos cuidados de saúde à população mas onde possam coexistir as iniciativas pública, privada ou social.
E, sim, as PPP na saúde tiveram ganhos claríssimos .
Expresso - entrevista a Luis Filipe Pereira