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BandaLarga

as autoestradas da informação

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Cegueira política

"esquerda" e a "direita" comportam-se como os "No Name Boys" e os "Ultra" claques desportivas. O que interessa é a cor da camisola. Mas nós temos o dever de analisar os assuntos e não embarcar em narrativas . Um exemplo :

Não é nada que não se tenha visto antes: nos tempos do ex-primeiro-ministro suspeito de corrupção, fraude fiscal e branqueamento de capitais, José Sócrates – à medida que ficava cada vez mais claro que este usara a sua influência para obter uma licenciatura de forma irregular, que usara o banco detido pelo Estado para controlar um banco privado que não lhe fazia as vontades, e que abusara do seu poder político para levar um grupo económico “amigo” a comprar uma televisão que tinha a ousadia de investigar estas e outras manigâncias –, vários membros daquilo a que por simplismo chamamos de “a esquerda”, enamorados pelo “animal feroz”, recusavam-se a ver o que qualquer um podia já ver, tal como hoje muitos ainda se recusam apesar de serem cada vez mais claros os esquemas usados para os crimes pelos quais Sócrates aguarda acusação.

Não sendo nova, esta atitude mental é assustadora. Estas reacções gémeas da “esquerda” e da “direita” mostram como somos cada vez menos capazes de pensar criticamente sobre a realidade política, e somos os piores cegos – os que não querem ver – para a evidência que prejudique o nosso suposto “lado” (ninguém decente, de “esquerda” ou de “direita”, se pode sentir do mesmo lado de ilusionistas autoritários como Trump e Sócrates). E cada vez menos temos essa capacidade de analisar criticamente a realidade, cada vez menos somos capazes de avaliar o que está bem, o que está mal e quem poderá ou não fazer melhor.

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