Catalunha : adeus Madrid olá Bruxelas
A força centrípetra de Bruxelas e a integração no espaço Europeu faz revigorar os anseios independentistas de alguma nações. Em Espanha, na Itália, na Bélgica, no Reino Unido, não esquecendo o punhado de nações que estavam integradas na União Soviética pela força dos tanques e que se declararam independentes logo que puderam.
A nação é um conjunto de pessoas que comungam uma mesma língua, a mesma cultura e o mesmo território . Um país é uma nação juridicamente e politicamente organizada.
Então, perguntavam-me os velhos patriotas catalães que vendiam recordações ( em catalão ou em inglês em espanhol não temos) nas ruas de Barcelona : se podemos falar directamente com Bruxelas a que título é que Madrid fala por nós ? É por entregarmos 90% do que produzimos a Madrid e que no todo representa 20% do PIB espanhol ? E depois Madrid recebe os subsídios europeus e distribui-os segundo critérios políticos que nos prejudicam sempre ?
E, sim, Portugal deve-lhes a independência, porque Leão e Castela, atribuindo maior valor estratégico à Catalunha enviou para lá o escol das suas tropas e, para Portugal, enviou o que restava, um exército reduzido e mal equipado. Na Catalunha o exército espanhol ganhou e subjugou a rebelião mas em Portugal perdeu.
Numa das minhas visitas de trabalho a Barcelona fui acompanhado por um madrileno . Pois bem, tive que me meter entre os dois (entre o madrileno e o catalão) para evitar que chegassem a vias de facto. E, no último dia, recebido pelo ministro da saúde da Catalunha ouvi-o dizer pausadamente enquanto me oferecia uns livros : em catalão e em inglês, em espanhol não temos.
Mas o ministro era muito mais novo que os velhos patriotas que encontrava nas ruas.
Para quem está de fora é difícil com honestidade tomar partido. Quanto a mim, convicto europeísta, sinto-me mais seguro com uma Grande Espanha.