Bazuca para o Estado espingarda para as empresas
O objectivo é recuperar o investimento público que foi cortado nos últimos cinco anos.
O Estado precisa de investimento, como é evidente pelo que se viu nesta crise e pelos níveis de investimento público dos últimos cinco anos, inferiores ao investimento público dos “neoliberais” no período da troika. Mas o que se vê é a utilização destes fundos para compensar o que não foi feito, não é propriamente uma estratégia para aumentar a competitividade do país e das empresas. Há um investimento público pesado, mas as prioridades às reformas que têm de ser feitas são limitadas. No mercado de trabalho, na justiça, na fiscalidade, nos incentivos às fusões e aquisições, na atração de investimento estrangeiro.
O passado histórico mostra-nos que o país desperdiçou várias pequenas bazucas nos últimos 30 anos e esta bazuca (que tem de ser somada ao novo quadro comunitário 20/30 além dos fundos ainda disponíveis no plano que está em curso e a terminar) é sobretudo uma forma de recuperar o Estado e a suas capacidades na prestação de serviços públicos e volta a pedir uma enorme resiliência às empresas e ao setor privado para resistirem à crise.