Bater com a cabeça no chão nos hospitais públicos não é coisa que preocupe o BE
O escarcéu que se levantou quando se soube que num hospital com gestão privada os doentes repousavam em camas instaladas no refeitório, não teve correspondência nas anunciadas mortes de doentes em hospitais públicos por caírem da cama e fazerem traumatismos cranianos.
O facto de tal drama ter acontecido a um conhecido dirigente do PCP trouxe a questão para as primeiras páginas dos jornais, sabendo-se agora que há muitas dezenas de tais quedas por ano. O BE nunca se interessou em denunciar tais factos. Compreende-se, acontecem em hospitais públicos.
É claro, que o que está na origem de tais dramas é a enorme procura de cuidados hospitalares muito acima da oferta instalada. Quem deita a primeira pedra aos profissionais que todos os dias têm que enfrentar situações que estão muito para lá da sua capacidade ?
Mas o BE ( e também o PCP) estão muito preocupados em reduzir a oferta privada assim aumentando a pressão sobre hospitais onde morre gente que cai das camas .É que há 1,8 milhões de pessoas com seguros de saúde que recorrem aos hospitais privados, centenas de milhar de consultas e outras centenas de milhar de actos cirúrgicos executados. Há maior ajuda a um SNS subfinanciado e subutilizado na sua capacidade instalada?
Mas resolver estes problemas sistémicos que mexem com interesses instalados e proteger os mais débeis da equação é coisa difícil de fazer.
Falar em ideologias idiotas é fácil .