Apertem com o Joe que ele conta a história toda
Não há mais de duas ou três pessoas que tiveram o poder de abrir as portas aos empréstimos a Joe Barardo . E como não foi só na CGD essas pessoas só podem ter sido membros do governo da altura. E como tudo aconteceu num período curto e bem determinado é fácil saber quem são essas pessoas.
Depois é só juntar os governantes e os decisores bancários envolvidos e temos a história toda cantada pelos próprios.
Chegamos então ao conteúdo da audição de JB: o que aconteceu mesmo de diferente face a outras audições? Disse mais do que qualquer outro e se não tivesse sido impedido de falar pelo seu advogado, teríamos ficado a saber muitos "detalhes picantes". Não mentiu ao dizer que não pediu nada à CGD, não mentiu quando com descaramento explicou que tinha blindado o acesso à sua colecção!
A CGD é uma entidade gerida por pessoas. Quem determinou estas operações? Quem aceitou títulos como contrapartida? Quem deixou passar dez anos e a blindagem dos estatutos da Associação detentora da colecção de arte? Afinal, JB provocou um estrondo enorme com a sua audição como se tivesse sido o mandante e o operacional.
Talvez por mera coincidência temporal, iniciou-se o ataque de poder, vergonhoso, de um banco público ao maior banco privado português (BCP). Para esta e para outras operações agora reconhecidas como duvidosas, a CGD precisou de usar umas personagens, tais como JB, Manuel Fino e outros.
Apertem com eles que eles cantam.