Adeus, geringonça
Que margem é que ficou para se reeditar a geringonça à esquerda depois desta ópera bufa dos professores ?
Nenhuma ou muito pouca. Hoje, é clarinho que PCP e BE não estão dispostos a largar mão de nada mesmo que se trate de manter o equilíbrio orçamental. Resistir aos ditames de Bruxelas é isso mesmo, rebentar com o défice, não pagar a dívida e sair do Euro.
Para quem não tem motivos para agradar a eleitores o que sempre esteve em cima da mesa era muito simples. Não se podia pagar aos professores sem pagar a todos os outros sectores e desde que fosse orçamentalmente sustentável. Sem crescimento económico mais forte não há dinheiro suficiente. Mas o drama é que o crescimento está a fraquejar não está a fortalecer.
Na estratégia da esquerda a função de Mário Nogueira era forçar o PS a escolher um dos lados. Juntava-se ao PCP e BE e avançava na degradação orçamental ou desagradava aos professores e perdia votos para a extrema esquerda entre uma classe que vota PS. Em qualquer dos casos ganhava sempre . Mas Costa e Centeno perceberam o que estava em jogo bem ao contrário do PSD e do CDS e escolheram a estratégia orçamental que vinham a desenvolver nos quatro anos de governo.
Controlar o défice, gerir a dívida e manter a mais elevada carga fiscal .
No fim temos um PS ganhador como defensor sério do equilíbrio das contas públicas, PSD e CDS como perdedores nos seus méritos de exigência orçamental e PCP e BE ( anti-equilíbrio orçamental) afastados do arco da governação.
O que dirá o PS na sua campanha eleitoral quanto ao mérito de nova geringonça ?