A traição do PS que o BE e o PC apoiam
António Costa sentiu necessidade de defender as instituições europeias: "Ninguém consegue conceber a democracia e a liberdade em Portugal fora do quadro da União Europeia." Em causa está a resposta à deputada do Bloco de Esquerda Isabel Pires, que afirmou que "Abril nunca rimou com Eurogrupo".
A proteção de António Costa a Mário Centeno não parece ser conjuntural, é o regresso do PS a uma visão que parecia ter desaparecido em 2015. Basta lermos o que escreveu recentemente Augusto Santos Silva, afirmando que o caminho da social-democracia "pensado a partir de Portugal exige mais, não menos, vinculação à União Europeia e aos seus processos de debate e decisão".
Ora, este caminho é uma dupla traição do PS ao que o próprio PS tinha prometido ao seu eleitorado. Prometeu que conseguiria fazer uma interpretação inteligente dos tratados e defender os serviços públicos, mas como essa conciliação é impossível prefere dar prioridade aos tratados ficando os serviços públicos em agonia. Criticou PSD e CDS por irem além da troika e agora quer ir além de Bruxelas.
Mas a verdade é que o BE não deixa de apoiar no Parlamento o governo de António Costa.