A táctica orçamental a duas voltas
Há duas fases muito distintas. Na primeira, constrói-se o orçamento para agradar a PCP e BE . Lá estão as verbas para aumento do investimento público e para que os serviços públicos funcionem sobre rodas. Na segunda fase, a da execução, cativam-se as verbas.
No governo anterior apresentavam-se orçamentos rectificativos. No governo actual rectifica-se mas não são necessários orçamentos rectificativos.
A austeridade assim escondida segue caminho não fora a floresta que arde e gente que morre e o SNS que abre fendas por tudo o que é sítio . Mas para o governo as verbas cresceram basta mudar a base de onde se parte para fazer o cálculo .
A austeridade mudou para os impostos indirectos que não se sentem tão claramente como os directos. O crescimento da economia coloca-nos a produzir o mesmo que em 2010 mas a carga fiscal é a maior dos últimos 22 anos.
Tudo no altar do défice . A dívida mantém-se monstruosa mas as taxas de juro do BCE poupam 600 milhões . PCP, BE e parte do PS fazem de conta e já não falam em renegociação .
E a pergunta fica. Com excepção de estarmos a cumprir as regras de Bruxelas em que é que o país está melhor ?