A quem surpreendem as últimas sondagens?
Depois de um salto inicial de dez pontos em relação aos partidos do governo, o PS nunca mais conseguiu descolar e, muito menos, aproximar-se da maioria absoluta. Apesar da tempestade em que andamos mergulhados e das medidas gravosas para a maioria da população. Desde há cinco meses, momento em que se iniciou a recuperação, em que os primeiros sinais positivos apareceram, os partidos do governo têm vindo a encurtar a distancia estando hoje praticamente empatados com o PS.
O motivo mais forte, no meu entender, é as pessoas, no quadro em que estamos inseridos, não terem descortinado uma alternativa válida. A reforçar esta ideia os primeiros sinais de retoma vieram mostrar que os sacrifícios não são em vão. Depois a confirmação de que para a maioria dos cidadãos, o país estar inserido na União Europeia e no Euro é um factor de segurança a que atribuem grande importância .
PCP e BE bloqueados politicamente, sem darem indicação nenhuma no sentido que uma coligação com o PS é possível, levam os eleitores a forçar uma coligação onde ela é possível e desejável. Com os três partidos pró-União Europeia.
Por último, a ainda muito presente experiência do último governo minoritário de Sócrates. Hoje, o que os eleitores exigem é que os três partidos pró-europeus se entendam à volta dos grandes problemas nacionais, em políticas de médio e longo prazo. Não podemos continuar a desfazer hoje o que fizemos ontem. As sondagens indicam, sem margens para dúvidas, que governos minoritários estão bem enterrados.