A que vem António Costa ?
António Costa na noite das eleições, na Quadratura do Círculo, deixou bem claro que, à derrota dos partidos da direita não correspondia uma vitória clara do PS. E afirmou que havia no país uma maioria social constituída por gente de vários quadrantes que precisava de se encontrar num programa comum. Mas disse também que não basta que exista essa maioria é preciso dar-lhe corpo, dizer quais são os objectivos pretendidos e quais são as políticas. Não se pode fazer oposição sem dizer qual é a alternativa no quadro da União Europeia e do euro. E também não basta mudar de líder.
Com a intenção hoje manifestada de concorrer a Secretário Geral do PS espera-se a apresentação de tal programa de governo e das pessoas que lhe dão rosto.
É, agora possível, depois destes três anos de sacrifícios necessários, avançar para o crescimento mais rápido da economia, mesmo que para isso seja necessário negociar o deslizar do déficite em 0,5%. É necessário reformar o estado retirando-o dos sectores e das actividades em que não representa nenhuma mais valia. É necessário deixar respirar a sociedade civil, aliviar a carga fiscal sobre o trabalho e acelerar o investimento com vista a reduzir o desemprego. António Costa é capaz de responder a estes altos desígnios do país? Se sim é bem vindo, senão é apenas uma perda de tempo. De qualquer forma espera-se que daqui até 2015, data das eleições legislativas, se prepare . O país está farto de vendedores de promessas.