A professora de Ansão
A professora veio dizer que esteve 22 anos na escola de Ansão e que agora, mercê de um sistema centralizado, sindicalizado e cego de colocação dos professores, foi colocada a 200 kms de distância.
Não pediu nada, foi com tristeza que recebeu a notícia. Os seus alunos acompanham-na nessa tristeza.
Uma escola autónoma e de proximidade teria a possibilidade de renovar o contrato com esta professora . Director, colegas, alunos, população é o que desejam e facilmente chegariam a em consenso.
Há centenas se não milhares de professores nestas circunstâncias que desejam ficar na escola onde leccionam há anos e onde são felizes. E com o evoluir dos anos até poderiam tomar a decisão de mudar de residência com a entrada definitiva no quadro de professores da escola.
Ao fim de algum tempo restaria uma parcela marginal de professores que teria de ser colocada centralmente e assim poríamos fim a este circo anual da colocação de professores que, com as malas às costas, maldizem o seu destino.
Basta o querer político e sindical porque o presente sistema só interessa aos sindicatos para fazerem de cada inicio do ano lectivo uma feira e, aos burocratas do ministério, para não abandonarem a sua zona de conforto.
Autonomia e proximidade eis o que falta à escola pública para responder melhor às necessidades de professores de alunos.