A presente austeridade afunda contas dos hospitais
"Os hospitais têm de pedir autorização caso a caso para contratar, o que pode gerar situações em que a falta de profissionais leva ao adiamento de procedimentos, o que gera desperdício. Quando temos de fazer uma compra, o processo demora meses e muitas vezes recorre-se a ajustes diretos, que também não é o método mais eficiente." Argumentos partilhados pelos médicos, com o bastonário a questionar se o ministro "se refere à castração imposta pelo poder central na flexibilidade da gestão que poderia permitir uma resposta mais adequada das administrações hospitalares às necessidades das populações que servem". Para Miguel Guimarães, "o problema da falência técnica dos hospitais e o descontrolo das dívidas hospitalares é da responsabilidade dos ministros das Finanças e da Saúde" .
Alexandre Lourenço lembra que 2018 é, desde 2010, "o ano com as transferências mais baixas do Orçamento do Estado para a Saúde em percentagem do PIB, isto quando os hospitais são confrontados com reposicionamentos salariais, com a lei das 35 horas de trabalho". Isto apesar de o orçamento da área ter aumentado mais de 4%, para 10,2 mil milhões de euros. "Vai haver sempre derrapagem enquanto o orçamento não for real, quando temos mais produção sem mais investimento",