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BandaLarga

as autoestradas da informação

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A popularidade do governo é a projeção da popularidade de Marcelo

Um governo assente numa formula frágil tendo como base um partido perdedor nas eleições em coligação com partidos que não permitem um projecto comum, explica a reacção destemperada ao discurso do Presidente da República de 17 de Outubro.

No primeiro incêndio Costa fugiu para férias no segundo tentou fugir politicamente. Marcelo colocou-o no lugar .

O Governo quis atacar o Presidente com a caricatura do Marcelo palaciano, intriguista e desleal. Mas há dois aspectos que os estrategas não terão medido bem. Em primeiro lugar, mediram pessimamente a percepção do eleitorado sobre a razão e a seriedade com que o Presidente falou. A esmagadora maioria das pessoas concorda que o Estado falhou redondamente e que Marcelo fez muito bem ao assumi-lo e ao exigir responsabilidades. Em segundo lugar, o Governo não percebeu o quanto a imagem do primeiro-ministro saiu afectada do sucedido.

Desde Pedrógão, o que vimos foi um líder incrédulo com a realidade, num transe de desresponsabilização e auto-elogio, entre a futilidade imediata dos "focus groups" e a utilidade distante da reforma da floresta. O modo cobarde e insidioso com que Costa respondeu ao Presidente revela que, afinal, a sua habilidade é mais filha da pequenez dos palacianos do que da grandeza dos estadistas.