A política faz-se de escolhas
Há muito que ser de esquerda ou ser de direita tem pouco significado. Para além do "mais estado/menos estado" redutor, o que verdadeiramente tem significado são as medidas que resultam melhor para beneficiar a vida das populações.
Um governo socialista levou o país à bancarrota cometendo erros que estamos a pagar duramente. Da mesma forma o resgate feito por um governo de direita errou ao querer ir além da Tróika e querer ser o melhor aluno de Bruxelas.
O actual governo socialista apoiado por dois partidos da extrema esquerda já aprovou dois orçamentos e os erros são já evidentes. E, tal como os outros dois anteriores, não é por ser de esquerda ou de direita, é porque tomou opções que se revelam erradas.
Continuou a austeridade com cativações na despesa e cortes irresponsáveis no investimento. O resultado está à vista. As funções do Estado estão gravemente diminuídas em vários sectores nucleares. Repôs rendimentos com o argumento que a economia cresceria com a procura interna para na realidade ir a reboque das exportações ( tal como o governo anterior).
E cresce ? É que a OCDE vem agora dizer que vamos crescer entre 1,8% e 2% quando em 2015 crescemos 1,5% e em 2016 crescemos 1,7% . E, segundo o próprio governo, em 2018 vamos crescer 1,8% e em 2019 cresceremos 1,6% .
Isto é crescer ? É que aqui na vizinha Espanha o crescimento é de 3% e até superior há já 3 anos. E Espanha tem uma dívida inferior à nossa, paga taxas de juros inferiores às que nós pagamos e o salário mínimo é bem melhor que o nosso. E o desemprego desce com criação de emprego .
Comparando, onde estão as razões para o nosso foguetório ? Acresce que a nossa dívida é de 134% e a média da dívida na Zona Euro é de 90%, estamos no "lixo" e pagamos taxas bem mais elevadas.
As agências de rating já vieram avisar que o que estamos a conseguir é poucochinho .
Porque fugiste, António ?