A política é a arte do possível
E o possível para o governo Grego foi lançar o país numa situação em que qualquer saída é má. Mantendo-se no Euro já perdeu o esboço da recuperação económica que se verificava há cinco meses e a confiança dos parceiros internacionais, bem como, lançou entre o seu próprio povo a descrença e o medo. Se sair da zona euro o trambolhão andará por um empobrecimento que rondará os 40%. É o que significa regressar ao Dracma. O caso semelhante da Argentina está aí para o mostrar .
O resultado é este. Todos perdem. Claro que há quem exulte por razões ideológicas. Mas a esses o bem estar dos povos interessa pouco ou é visto como um prejuízo colateral até se alcançar o paraíso.
O Syriza vai à vida seja qual for a decisão do povo Grego. Se o país abandonar o euro os próximos anos vão ser de miséria para grande parte da população. Se ficar no euro é porque o povo lhe retirou a legitimidade de governar. Num caso ou noutro o Syriza tem o fim anunciado.
Para a União Europeia, o que se está a passar, mostra que não foram criados os instrumentos necessários para lidar com a crise. Nem mesmo para evitar novas crises. Há, pois, que tirar as lições. Uma delas está à vista do outro lado do Atlântico. O orçamento federal dos USA ronda os 10% do PIB. O orçamento da UE representa 1% do PIB de todos os países . Com 10% do PIB é possível retomar rapidamente os equilíbrios. Com 1% do PIB a austeridade, mais ou menos penosa, é incontornável. Como também está bem à vista numa situação e noutra.
Uma coisa é certa. O Syriza, em apenas cinco meses, mergulhou a Grécia numa situação deplorável. Que ninguém se engane. É o povo Grego que vai sofrer e pagar tudo até ao último tostão. E quem governou a Grécia até aqui deve dar o lugar às novas gerações, livres de compromisssos e de favores.