A ministra não se importa com a sorte dos doentes
A ideologia mata gente mas a ministra não tem pressa de planear a cooperação entre hospitais públicos e privados. Sofrem os doentes que morrem sem tratamento nas listas de espera do SNS.
Para esta ministra, conta mais ideologia do que o tratamento dos doentes e o que se vê em cada declaração, mesmo ou especialmente naquelas em que diz estar disponível para recorrer aos privados, é uma irritação profunda, uma raiva, um desprezo até, indisfarçável. Como se estivesse a fazer um favor quando do que se trata é mesmo de garantir que, perante uma pressão anormal na procura de cuidados de saúde, os portugueses têm acesso ao sistema, especialmente aqueles que são os mais vulneráveis e expostos. No público, no privado ou no social.
O Serviço Nacional de Saúde está no limite ou já o ultrapassou em alguns hospitais públicos. É por isso chocante a forma como o Ministério da Saúde está mais preocupado em criar um ambiente hostil em torno dos grupos privados de saúde do que em procurar uma cooperação efetiva que garante um funcionamento eficaz do sistema nacional de saúde (leia-se SNS, grupos privados e terceiro setor).